Explore "Albedo", a exposição de Manuela Mendes da Silva no Clube Literário do Porto, onde gestualidade e luz redefinem a pintura abstrata em composições dinâmicas e vibrantes.
A exposição Albedo marcou um ponto alto na carreira de Manuela Mendes da Silva. Inaugurada a 20 de fevereiro de 2008 no Clube Literário do Porto, Albedo apresentou ao público uma série de obras abstratas que exploram a relação entre luz, cor e movimento. A artista, reconhecida pelo seu expressionismo abstrato e gestualidade vibrante, criou uma experiência visual rica em sensações e significados.
Nas telas de Manuela, a luz, filtrada pela névoa, provoca a criação de figuras e paisagens que se encontram entre o sonho e a realidade. Como um “fósforo azul”, as cores incendeiam o espaço, criando atmosferas que evocam desde o brilho do mar grego até o dourado de searas maduras. Albano Martins, ao descrever a obra da artista, refere que esta “melodia de cor” transporta o observador para dimensões emocionais profundas, onde o aparente se transforma no real.
[Albedo] Relação entre a quantidade de luz reflectida por uma superfície ou corpo e a quantidade de luz nele incidente.
A exposição foi uma celebração do poder da luz e da cor em criar ambientes onde a linha entre o real e o imaginário se desdobra em múltiplas camadas. Cada composição de Manuela é uma viagem ao desconhecido, onde formas abstratas e cores intensas convivem em perfeita harmonia, sempre com um sentido de movimento e transformação.
Além de explorar a relação entre cor e luz, as obras de Albedo também refletiam sobre o tempo e a forma como ele se manifesta na tela. Através de pinceladas intensas e gestuais, a artista consegue captar o dinamismo de um momento fugaz, eternizando-o em camadas de cor que parecem fluir entre a superfície e o espaço envolvente.
Esta exposição foi um marco importante na programação cultural do Clube Literário do Porto, que, durante vários meses, abriu suas portas para uma interpretação visual e emocional única do abstracionismo contemporâneo.
Manuela Mendes da Silva, além de ter uma carreira que se estende por décadas, continua a surpreender e a inspirar com a sua capacidade de reinventar a cor e o movimento. A sua arte transcende as limitações do tempo e do espaço, criando diálogos entre o visível e o invisível, o material e o espiritual.
Albedo não só apresentou uma nova fase na obra da artista, como também desafiou o público a ver além das formas e cores, numa reflexão profunda sobre a luz e a sua capacidade de gerar novas realidades.
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