Tempos, Tempo, realidade intangível da Humanidade, a do Tempo que nos percorre a vida, que nos marca, que nos destina, que ingenuamente pensamos dominar, que ambicionamos ora apressado, ora lento… tempo que muitos nunca têm, que outros sempre conseguem… o tempo que nunca para, que não espera….a emoção que nos deixa, o sonho vivido e o sonho
desejamos viver… o seguir em frente, a tempo ou contra o tempo…
A memória do tempo, a obra feita, a homenagem às Mulheres e Homens que a realizaram…
isso mesmo celebramos nestas comemorações dos 60 anos deste Palácio da Justiça, recordando todas as gerações que aqui se esforçaram, esforçam e esforçarão para realizar Justiça, um ideal sempre inalcançável ao longo dos Tempos…
Não podia ser mais apropriado este título que Manuela Mendes da Silva escolheu para a exposição da sua maravilhosa pintura., o próprio Tribunal da Relação do Porto atravessou diversos Tempos – o domínio Filipino, o Liberalismo, o Estado Novo, o 25 de Abril, as diversas pandemias, entre tantos outros acontecimentos…
O Tempo da pandemia que ainda vivemos, que tanto marcou cada um de nós e este mesmo Tribunal…
O Tempo, a arte de Manuela Mendes da Silva assemelha-se, assim, a este
Palácio e a este Tribunal da Relação.
Como disse Santo Agostinho, “está presente nas coisas passadas, presente nas presentes e presente nas futuras”.
A pintura de Manuela Mendes da Silva abdica dos minutos, das horas e dos dias, para se tornar Tempo… um Tempo maduro, intempestivo, acutilante e pleno de emoções, que acaba por se tornar num turbilhão, não na perspetiva relojoeira, mas na da dificuldade extrema da sua simplificação pictórica.
NUNO ATAÍDE DAS NEVES
Presidente do Tribunal da Relação do Porto
Explore o mundo da artista no seu Portfólio.
No Comments