Descubra "Elementos", exposição de Manuela Mendes da Silva, patente na Galeria AP'ARTE, explorando o tempo através de texturas e cores.
A exposição “Elementos” de Manuela Mendes da Silva, realizada entre 7 de maio e 11 de junho de 2016, trouxe à Galeria AP’ARTE uma abordagem única sobre a passagem e perceção do tempo, por meio de acrílicos que combinam texturas e cores intensas. Cada obra expressa a complexidade da passagem do tempo, onde Manuela Mendes da Silva traduz experiências e memórias num jogo de cores e profundidade. A artista, com uma longa carreira de exposições em Portugal e no exterior, é reconhecida pela sua capacidade de imortalizar emoções fugazes em cada traço e pincelada.
"A pintura como memória de um fazer pictural.
Pensar e fazer coincidem-se em acto de pintar o gesto para além das
referências e dos propostos. Assim, a pintura desenvolve-se enquanto
desaguar da mancha, que tudo arrasta e contamina, desde o gesto até
à textura, onde se compromete uma ambígua correspondência entre a
transparência e a opacidade. A memória da gestualidade e, então a de
uma viagem que se transita num percurso sempre previsível.
Pintura denunciadamente policromática, que aspira a um necessário desejo de libertação. O movimento na pintura decorre, finalmente, de uma
atitude de deposição dos materiais e das matérias do suporte. Umas vezes o gesto submete-se à cor, outras vezes é a cor em relação ao gesto. E,
( in )decisão, sobrevive a pintura enquanto memória de um fazer o gesto
que se dilui em contida violência e em espaço de diferença e de limite ." António Quadros Ferreira
Para a exposição “Elementos“, realizada na Galeria AP’ARTE, podemos integrar as observações de António Quadros Ferreira para enriquecer a compreensão da obra de Manuela Mendes da Silva. Como ele descreve, “a pintura desenvolve-se enquanto desaguar da mancha, que tudo arrasta e contamina, desde o gesto até à textura”. Em “Elementos” a artista dá vida a composições que expressam o movimento e a fluidez entre cores e formas, transmitindo uma memória que transcende o físico e toca no efémero. Essa técnica delicada e expressiva evoca uma necessidade de libertação artística, onde “o gesto submete-se à cor, e a cor ao gesto,” criando uma pintura em constante diálogo entre a presença e a ausência, numa espécie de “poema de luminosidade.”
No Comments